A REAL VIDA ÚTIL DE UM CD

Luis Octavio Noschang

Existem duas vidas úteis do seu CD-R novo. A vida útil depois de gravado e a vida útil antes de gravar. Normalmente os CDs sem estarem gravados possuem uma vida útil entre 5 e 10 anos. Essa vida útil reduzida deve-se ao fato de que as propriedades eletromagnéticas do cianino e do fitohalocianino perdem-se com o tempo.

Depois de gravados, os CDs podem durar 75 anos, nos casos das mídias verde e azul, 100 anos quando a mídia é a dourada e 200 anos quando a mídia é a prateada. Entretanto esses dados são fornecidos por fabricantes sem que nenhum teste tenha sido feito e podem variar bastante.

Uma mídia prateada com alumínio, por exemplo, dura muito menos da metade do tempo que um CD prateado sem alumínio na camada reflexiva. Isso pode ser aplicado a outras ligas metálicas e é outro componente importante que não é levado em consideração nos cálculos que consideram 75, 100 e 200 anos e que lidam apenas com as meias-vidas do cianino.

Uma coisa é certa. Seguir à risca as condições de armazenagem e manutenção do disco garantem um aumento considerável da vida útil dele, tanto enquanto virgem quanto depois de gravado.

Se compararmos estes prazos de garantia com os dos CDs prensados, veremos toda a diferença. Um CD de áudio convencional tem garantia de durabilidade entre 10 e 25 anos! Isso porque, apesar de serem prensados e não "gravados", a camada de alumínio praticamente puro que repousa na base deles começa a se corroer mais rapidamente. Isso pode ser observado se você comparar, com auxílio de um microscópio, CDs de música novos e de 10 anos atrás. Você poderá notar rachaduras entre as trilhas e atravessando elas.

Para finalizar esta parte vou lembrar que apesar de haver uma padronização muito séria em relação à mídia, não existe qualquer padronização em relação às dimensões de CDs e leitores de CD. Assim, um drive que não lê o seu CD, mas toca um CD prensado perfeitamente pode trazer muita dor de cabeça. A solução nesses casos é trocar ou o drive ou a mídia.

CD não é mídia segura!

Imagens fotográficas, filmes e outras informações estocadas digitalmente em compact discs podem não estar tão seguros como os consumidores acreditam, de acordo com a PC-Active , revista holandesa sobre computadores. É claro que os fabricantes asseguram que um CD durará no mínimo 10 anos ou mais, se mantido sob condições normais. Mas, segundo a pesquisa publicada na edição de setembro da revista, três de 31 marcas de CDs testadas na Holanda, ou quase 10%, apresentavam erros sérios menos de dois anos depois de serem gravados.

Um disco deteriorou-se tão seriamente que ficou virtualmente ilegível, de acordo com os testes da PC-Active , a terceira maior revista sobre computadores da Holanda, com uma circulação de 60.000 exemplares.

Segundo o editor da revista, Wammes Witkop, os CDs foram gravados em novembro de 2001, como parte de um teste anterior de qualidade dos discos mais disponíveis no mercado holandês. Eles foram testados depois de gravados e cuidadosamente guardados em arquivos, numa sala à temperatura ambiente, durante 20 meses, até que foram revistados no mês passado.

Wiktop diz que é impossível determinar o que causou a deterioração dos discos comprados de vários varejistas holandeses. Eles foram submetidos a  testes rigorosos que mostraram resultados consistentes, assegura Wiktop.

No disco mais danificado, comprado na rede de farmácias Kruidvat, os erros foram encontrados sobre a superfície, em padrão idêntico ao rótulo impresso, sinalizando um possível problema com a tinta ou cola utilizada.

  A porta-voz da Kruidvat diz que a empresa confirmou que alguns dos discos vendidos em 2001 tinham problemas e encorajara os cliente a pedir reembolso ou ajuda para reaver as informações perdidas.

“Parece que alguma informação pode ser recuperada usando-se equipamento profissional”, diz Marielle van der Harst. Ela afirma que os discos vendidos agora pela rede não têm problemas.

Outra marca que deu maus resultados foi a Mmore, que domina cerca de 20% do mercado holandês. A Mmore, que vende compact discs em 20 países, afirma que os resultados dos testes estão errados e ainda garante seus CDs por 70 anos.

“Nós vendemos 600 milhões de CDs e nunca houve uma única reclamação sobre eles”, diz o executivo-chefe, Gerben Borsje, numa entrevista. “Algumas vezes pessoas têm problemas com o calor, ou com o software ou com as instruções. Mas nunca um problema com a qualidade.”

Embora haja centenas de marcas de CDs, quase todas são fabricadas por uma dúzia de empresas, lembra Borsje. Os CDs Mmore são produzidos pela Moserbaer, com sede na Índia, cujos engenheiros estão agora revisando vários outros CDs Mmore encontrados com defeitos pela PC-Active . Os resultados devem sair na semana que vem.

Ewald Kowen, porta-voz da Comissão de Proteção ao Consumidor da Holanda, diz que tem havido poucas reclamações sobre CDs, embora tenham amplo uso doméstico e comercial.

O Centro Médico Amsterdã, o maior hospital holandês, usa CDs em seu departamento de cardiologia há cerca de dois anos para guardar resultados de testes. Seu porta-voz diz que não se notou nenhum problema com eles até agora. Segundo ele, o hospital usa apenas CDs de alta qualidade e “os problemas surgem apenas nos mais baratos”.

Steven Gilheany, engenheiro da ArchiveBuilders.com, uma empresa californiana especializada em arquivamento de informações, acha que “a existência de CDs com problema no mercado é coisa muito séria”, mas não está prevendo perda de informação em seu serviço.

O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, uma agência federal americana, está desenvolvendo um sistema de classificação para ajudar os consumidores aferirem a qualidade dos CDs.

Witkop, da PC-Active, diz que a intenção da matéria de sua revista é alertar as pessoas de que as informações gravadas em CD podem não estar tão seguras:

 

“As pessoas dão como certo que por ser uma informação digital, não será destruída. Não acreditam que possa ser tão ruim”, ele diz. “Mas nós percebemos que a única garantia que se tem é que ela será destruída: a questão é quando”.

Recuperando CDs arranhados

Todo usuário alguma vez na vida já se deparou com o problema de ter um CD arranhado. No caso de CDs de dados (CD-ROM), o CD não é lido corretamente pela unidade, dando erro de leitura. Já no caso de CDs de áudio, o CD "pula" quando colocamos para tocar.

A primeira providência ao encontrar um CD dando erro de leitura é limpá-lo, para ver se não é uma sujeira que está em sua superfície que está impedindo a sua leitura. Você pode inclusive lavar o CD suavemente com um pouco de detergente, usando os dedos da mão para limpar o CD (não use esponja, pois a esponja pode arranhar o CD). Se continuar dando erro, experimente ler ou tocar o CD em outra unidade. Se em outra unidade (ou em outro aparelho de som, no caso do CD de áudio) o CD estiver apresentando o mesmo sintoma (dando erro de leitura ou pulando, no caso de CDs de áudio), então significa que ele está arranhado.

Olhando contra a luz a superfície de gravação (o lado oposto ao do rótulo) de um CD dando esse tipo de problema, você conseguirá facilmente identificar um ou mais arranhões existentes. Os dados de um CD estão gravados em uma camada metálica dentro dele, camada essa que é prateada nos CDs comerciais e normalmente dourada nos CDs-R. Essa camada metálica é envolvida por uma camada plástica transparente (policarbonato), que tem justamente a função de proteger a camada metálica do CD e permitir que um rótulo seja impresso no lado que não é usado para a leitura.

A unidade de CD-ROM ou o CD player utilizam um feixe laser para ler a camada metálica. Esse feixe laser atravessa a camada plástica transparente e efetua a leitura. Se a camada plástica estiver arranhada, o feixe não consegue ultrapassá-la, dando erro de leitura ou "pulando" a música. Ou seja, os dados a serem lidos ainda estão dentro do CD, o problema é em sua camada plástica.

Como o conteúdo do CD está preservado, é possível recuperar um CD arranhado fazendo um polimento da sua superfície plástica. Se após os procedimentos de limpeza que sugerimos acima o CD continuar dando erro de leitura, basta você polir a superfície do CD com pasta de dentes. Isso mesmo, pasta de dentes. Funciona que é uma beleza e você não irá gastar uma fortuna comprando kits de limpeza profissionais. O polimento deverá ser feito usando um chumaço de algodão sobre os arranhões. Esfregue suavemente o chumaço de algodão com a pasta de dentes até os arranhões sumirem ou então você perceber que eles já saíram ao máximo. Pode ser que a pasta de dente crie novos arranhões, mas esses serão superficiais que sairão facilmente depois. Após ter removido os arranhões, limpe o CD na água.

Se ainda existirem arranhões que a pasta de dentes não removeu, use um polidor de metais (Brasso), da mesma maneira descrita. Por fim, passe vaselina na superfície do CD, bem suavemente (não use força), no sentido de dentro para fora.

O passo final é testar o CD. Se ele passar a funcionar, maravilha. Caso contrário, repita o procedimento descrito em nossa coluna de hoje, tentando localizar visualmente o arranhão que está causando o erro e concentrando seu polimento nesse arranhão.

Bibliografia

Sears e Zemansky – Física IV (Ótica e Física Moderna) – Young & Freedman – 10ª Edição – 2004

www.clubedohardware.com.br

www.tdk.com

www.quotationsr.us

Luis Octavio Noschang é estudante do Curso de Graduação Tecnológica em Fotografia da ULBRA - Canoas

CâMerA ViAjANTe

QUER COMPARTILHAR CONOSCO A PAIXÃO PELA FOTOGRAFIA?

CLIQUE EM FALE CONOSCO OU LIGUE PARA OS FONES: (51) 3028-0421 / (51) 9964-1384

Voltar