Equivalências e Imaginário Fotográfico

foto de Chema Madoz

A Semiótica do grego semeiotiké (a arte dos sinais e sintomas) é a ciência dos signos e da semiose, ou seja, do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da idéia.

Para Lúcia Santaella, na maior parte das vezes não tomamos consciência de que “o nosso estar-no-mundo ...é mediado por uma rede intrincada e plural de linguagem ... nos comunicamos através da leitura, da produção de formas, volumes, massas, interações de forças, movimentos... somos também leitores e/ou produtores de dimensões e direções de linhas, traços e cores...Enfim, também nos comunicamos e nos orientamos através de imagens, gráficos, sinais, setas, números, luzes...Através de objetos, sons musicais, gestos, expressões...Somos uma espécie animal tão complexa quanto são complexas e plurais as linguagens que nos constituem como seres simbólicos, isto é, seres de linguagem.” in O que é semiótica, 1998 p.10

Utilizamos como referência Charles Sanders Peirce (1839-1891), fundador da Semiótica, in Informação Linguagem Comunicação - Décio Pignatari, 2002.

Definição:

Signo ou “representante” é toda coisa que substitui outra, representando-a para alguém, sob certos aspectos e em certa medida. Em outras palavras, é toda coisa que substitui outra e que de algum modo, desencadeia num terceiro um complexo análogo de reações.

Classificação dos Signos:

Ícone, quando possui alguma semelhança ou analogia com o seu referente (objeto real). Exemplos: uma fotografia, uma estátua, um pictograma.

Índex ou Índice, quando mantém uma relação direta com o seu referente, ou a coisa que produz o signo. Exemplos: chão molhado, indício de que choveu; pegadas, indício de passagem de animal ou pessoa; etc.

Símbolo, quando a relação com o referente é arbitrária, convencional. As palavras, faladas ou escritas, em sua maioria, são símbolos. O que designa um determinado objeto por convenção estabelecida.

Uma observação interessante: uma das qualidades do artista e inata nas crianças pequenas é a sensibilidade para absorver ícones, poros abertos à possibilidade qualitativa das coisas.

Para que haja uma re-presentação antes deverá haver uma apresentação e a mente precisa de tempo para significar, nomear esta “coisa” que se apresentou. Sai assim do lugar do sem-palavras, da pura sensação, provocação primeira de imagem abstrata na mente. Esta significação ao ser evocada por algo externo como a fotografia, por exemplo, será re-apresentada e pode surgir o “parece...”.

O objeto do ícone, no caso a fotografia, é sempre uma simples possibilidade do efeito da impressão que está apto a produzir ou excitar nosso sentido. Então quanto mais alguma coisa a nós se apresenta na proeminência de seu caráter qualitativo, mais ela tenderá a provocar nossos sentidos.

Para Joan Fontcuberta, in Estética Fotográfica, Barcelona, 1984, p. 210 “o conceito e disciplina da equivalência na prática é simplesmente a espinha dorsal e o coração da fotografia como meio de expressão-criação”.

“A equivalência é uma função, uma experiência, não uma coisa. Qualquer fotografia, qualquer que seja a fonte, pode funcionar como um equivalente para alguém, em algum momento, em algum lugar. Se o espectador se dá conta de que para ele aquilo que vê na imagem corresponde a algo em seu interior – isto é, se a fotografia reflete algo seu, de dentro de sua mente, então a experiência possui certo grau de equivalência”.

“Um segundo nível da palavra equivalência, se relaciona com aquilo que sucede na mente do espectador quando olha uma fotografia que lhe produz um especial sentido de correspondência com algo que ele sabe de si mesmo. Num terceiro nível a palavra equivalência se refere a experiência interior de uma pessoa quando recorda a imagem mental sem ter a fotografia à vista. A imagem recordada também pertence a equivalência só quando um certo sentimento de correspondência se encontra presente.”

Estas são questões para um pensar sobre fotografia e sua representação na sociedade contemporânea.

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