O dia em que Baudelaire levou sua Mãe ao Retratista
Quando aparecemos bem numa foto, nos sentimos felizes e satisfeitos...
Quando descobrimos que podemos fazer boas fotos e somos elogiados por isso, nos sentimos artistas...
Quão forte é o poder de sedução da Fotografia!
Pois foi isso que aconteceu com Baudelaire, famoso poeta francês do século XIX, que ferozmente combateu a nova técnica fotográfica que surgia como uma das grandes descobertas daquele século.
Referia-se de forma pejorativa à Fotografia e que essa nunca deveria ser aceita como Arte.
“Quando se permite que a fotografia substitua algumas das funções da arte, corre-se o risco de que ela logo a supere ou corrompa por inteiro graças à aliança natural que encontrará na idiotice da multidão. É portanto necessário que ela volte a seu verdadeiro dever, que é o de servir ciências e artes, mas de maneira bem humilde, como a tipografia e a estenografia, que não criaram nem substituíram a literatura. Mas se lhe for permitido invadir o domínio do impalpável e do imaginário, tudo o que só é válido porque o homem lhe acrescenta a alma, que desgraça para nós!” vociferava Baudelaire.
Em parte ele tinha razão: o homem acrescentou “alma” ao aparelho fotográfico. As artes plásticas sofreram profundas modificações com o surgimento do Impressionismo e da Arte Moderna no início do século XX. Quando também a fotografia amadureceu e adquiriu sua própria linguagem, principalmente com a rapidez na captura de imagens.