Flavio Samelo e seus espaços urbanos
Desde 1992, Flavio Samelo anda pelas ruas de São Paulo fotografando skatistas. Alguns deles eram também grafiteiros e outros pichadores que acabavam convidando Samelo, como é conhecido, para fotografar os grafites e os pichos também pelas ruas da cidade. Esse foi o começo de muita coisa para o fotógrafo que acabou entrando para a arte pelas ruas assim como entrou na fotografia. Essa outra produção acabou levando Samelo a introduzir em suas fotografias de skate os grafites, pichações e outros elementos urbanos que lhe chamavam a atenção nas sessions de skate e que foi seu diferencial durante o começo de suas fotografias.
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Depois de se formar comunicólogo e trabalhar como diretor de arte, fotógrafo, redator, ilustrador para revistas de skate brasileiras e internacionais, além de colaborar com revistas de outros assuntos como Revista da MTV, Rolling Stone, Adbusters, entre outras durante 6 anos, Samelo decidiu voltar aos estudos de arte e cursou pós graduação em História da Arte, onde descobriu, entre muitas outras referências, os artistas concretos paulistas da década de 50 e suas pesquisas e estudos sobre fotografia, formas e cores. Foi um novo começo para uma nova produção. A partir de então os trabalhos começaram a ter cada vez mais uma busca de um resultado plástico e gráfico que une as fotografias urbanas com as teorias e a pesquisa visual sobre a arte concreta que tanto o agradou, assim como os artistas como Geraldo de Barros e Anatol Wladislaw se tornaram referências de suas pesquisas.
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Hoje, a produção de Samelo tem duas pontas: a produção fotográfica onde todas as fotos tem tiragem única, tornando-as originais indiscutíveis e assim como suas pinturas têm buscado uma nova maneira de misturar a fotografia com a pintura concreta que vem produzindo, usando fotografias como base das pinturas e transcendendo os limites da fotografia. Usando formas, cores e linhas dá uma nova realidade gráfica as suas fotografias. Esses trabalhos já foram expostos em leilões e galerias em São Paulo, Porto Alegre, Goiânia e no exterior, como nos Estados Unidos e recentemente em uma exposição coletiva na Holanda. Participou da 5ª Bienal Vento Sul, em Curitiba, com uma sala para sua obra.
Texto: Tobias Sklar da revista VISTA Skate Board
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